'É por esses momentos que eu sou profissional de poker', diz João Bauer ao vencer o BSOP São Paulo
O poker pro João Bauer venceu o Main Event do BSOP (Brazilian Series of Poker) São Paulo ao bater o campeão paulista de poker, Felipe Rubino, no heads-up feito na noite desta terça-feira (10). Ao acumular todas as fichas do torneio de 1.080 entradas, ele faturou R$ 361 mil e levou o almejado bracelete da série.
Formador de jogadores e um dos fundadores do Steal Team, o goiano conseguiu tirar o título quase certo das mãos de Rubino, que liderou a mesa final até o heads-up.
No mano a mano, Bauer entrou com 10.290.000 fichas, enquanto Rubino segurava 16.760.000. Depois de feito o acordo, os jogadores voltaram aos panos e digladiaram com raise, reraise e all in com fold. Com a alta pressão, Bauer arrumou uma dobra quando ficou curto e voltou para 10 milhões de fichas ao shovar J9 contra 87 de Rubino. Um J no river começou a mudar o rumo da partida.
Bauer conseguiu galgar até praticamente empatar o heads-up. E finalmente, com os blinds a 240 mil, ele abriu com raise de 500 mil do botão e tomou reraise para 1,3 milhão. Bauer voltou 3 milhões e tomou call. Com os stacks empatados, quem sobrevivesse ao showdown de TT (Bauer) e AT (Rubino) levaria o título. O flop 38K tirou o fôlego de toda a torcida que dominava o salão do Holday Inn. Depois do 9 no turn e do 7 no river, todos sabiam quem era o campeão da primeira etapa de 2015.
Um dos principais grinders do online no poker brasileiro, Bauer tem em seu currículo mesas finais em LAPTs (Latin America Poker Tour), na WSOP (World Series fo Poker), WCOOP (World Championship of Online Poker), mas nunca tinha chegado a uma final do campeonato brasileiro. Segundo ele, este era seu grande sonho.
- É muito difícil ser joador profissional. Tem que lutar muito. Eu nunca tinha jogado uma mesa final do BSOP. Então era meu sonho. Eu tava realizando um sonho. É por esses momentos que eu sou profissional de poker.
Mesmo antes da mesa final, Bauer mostrou jogo ao fechar o Dia 2 do torneio em segundo lugar.
Mesa final histórica
Tida como histórica, a mesa final começou com Felipe Rubino (6,7 milhões), Daniel Wjuniski (4,9 milhões), João Bauer (4,1 milhões), Pedro Padilha (3,8 milhões), Wilson Darella (2,5 milhões), Caio Pessagno (2 milhões), Tony Baggio (1,5 milhão) e Luis Alfredo Augusto (1,3 milhão).
Até o primeiro intrvalo, ninguém caiu, mas a disposição dos stacks - que já sugeria ação à mesa - ficou mais equilibrado. Isso porque quem estava short conseguiu dobrar, como foi o caso de Baggio, e o chip leader, Rubino, puxou um pote, mas devolveu praticamente a mesma quantidade de fichas depois de um 4-bet light de Pessagno e uma dobra de Luis Alfredo.
A primeira queda veio logo após a volta do intervalo. Do UTG, Darella deu limp, seguido por Padrilha, que entrou limpado também. Na vez, Rubino deu raise de 400 mil fichas (4 BBs) do Big e tomou all in do original raiser. Padilha largou e Rubino deu call com 88. Apesar de monstra, a AQ de Darella não fortaleceu no flop. Darella levou R$ 39.900.
Rubino abriu uma distância ainda maior da mesa quando quebrou um AA de Wjuniski ao montar uma sequencia no river. Apesar do short stack de Wjuniski, o GG seguinte foi de Tony Baggio, que puxou R$ 55.850 com a 7ª colocação. Um dos grandes nomes do Brasil no PCA (PokerStars Caribbean Adventure) deste ano, Baggio shovou seu short stack de 88 BBs com A4 contra o KQ de Bauer. Com uma Q no river, o jogo acabou de vez para Baggio.
Pessagno caiu em seguida, quando também shovou seus 10 BBs finais. Seu 44 começou à frente, mas logo perdeu a lucratividade para o AT de Rubino quando o flop mostrou um T. Rubino subia cada vez mais, com um stack de 13 milhões de fichas, que equivaliam a cerca de 80 BBs quando os blinds subiram para 160 mil.
A eliminação seguinte pode ter sido menos frustrante. Ao cair na 5ª colocação, Wjuniski entrou na faixa de premiação acima dos R$ 100 mil. Com 17 BBs, ele shovou JJ do UTG e tomou call do Big, no caso, Luis Alfredo. Um Às no flop colocou um ponto final no deep run de Wjuniski, já que Luis tinha AQ.
Em segunda foi a vez de Pedro Padrilha deixar o Main Event. Ele, que abriu um deep run no Dia 3, acabou ficando com um stack curto no 32º nível dos blinds (160 mil), mas encontrou uma dobra e subiu para algo em torno dos 3 milhões (18 BBs). Em uma mão com Luis Alfredo, ele deu all in para o raise de 375 mil de Luis e tomou call. O KK segurou no bordo 827 9 4, e o AJ de Luis não serviu para nada. Mas pouco depois, contra Rubino, o shove de Padilha de A2 do small acabou não passando. Do Big, Rubino deu call de 77. "Sem nada" no bordo, Padilha levou R$ 133 mil com a 4ª colocação.
O heads-up foi definido depois que Luis Alfredo foi fatiado por Bauer. Com os blinds a 200 mil, Bauer betou 500 mil do small, tomou reraise de 1,5 milhão de Luis e revidou com um all in de 4,5 milhões. O 99 de Bauer saiu ileso do bordo 5QQ 5 J, que não ajudou o AT de Luis. Com poucas fichas, Portuga caiu na mão seguinte.
Main Event
O Main Event da primeira etapa do BSOP no ano configurou mais um recorde para o poker brasileiro. Ao somar 1.080 entradas, o torneio superou todas as etapas paulistas anteriores (à exceção de mega eventos como circuitos latinos e Millions) e ainda gerou uma premiação total de R$ 2.316.440.
A seguir, confira a premiação dos finalistas:
1 - João Bauer - R$ 361 mil
2 - Felipe Rubino - R$ 310 mil
3 - Luis Alfredo Augusto - R$ 177 mil
4 - Pedro Padilha - R$ 133 mil
5 - Daniel Wjuniski - R$ 101 mil
6 - Caio Pessagno - R$ 74.400
7 - Tony Baggio - R$ 55.850
8 - Wilson Darella - R$ 39.900
2 - Felipe Rubino - R$ 310 mil
3 - Luis Alfredo Augusto - R$ 177 mil
4 - Pedro Padilha - R$ 133 mil
5 - Daniel Wjuniski - R$ 101 mil
6 - Caio Pessagno - R$ 74.400
7 - Tony Baggio - R$ 55.850
8 - Wilson Darella - R$ 39.900
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