O Conto da Mesa Final Iron Man
O BSOP Natal já é história. E que história, meus caros! - Numa etapa "turismo", vimos o maior field histórico fora de São Paulo. 985 entradas. Parabéns a organização que vem conseguindo empilhar recordes.
Ao longo da etapa, que não contou com transmissão ao vivo, observamos grandes nomes como João Bauer, Kelvin Kerber, Guilherme Cheveau, Rodrigo Garrido e Fernando Konishi a fazer bonito no palco da 5.a etapa da temporada de 2015. De fato, apenas Kerber acabaria chegando a mesa final, terminado na quarta colocação e mostrando que seu talento não se restringe, nem de brincadeira, a apenas o jogo online.
É verdade que, sem querer desmerecer, os bravos 8 finalistas, com esses nomes juntos, teríamos uma FT um pouco melhor do que aquela que foi vista. Mas os jogadores não tem culpa. Pode colocar na conta do cansaço o baixo desempenho de alguns dos jogadores. Foram mais de 8 horas de muitos checks, pouca agressividade e como disse, muito cansaço. O conto de que mesa final boa é aquela que dura bastante, é uma das grandes mentiras do Poker.
Em São Paulo, depois da vitória de Jorge Moutella, muito se questionou a respeito da estrutura doBSOP, eu não acho que ela tenha sido a culpada. Realmente o jogador de Taubaté teve a sorte ao seu lado, mas vamos analisar com que mãos ele passou a faca na turma e as probabilidades no momento do all-in/call.
78,32 (pedro) KK vs 79
68,65 (pedro hehn) 77 vs A4
69,61 (simoes) KK vs AK
32,32 (carli) TJ vs QQ
61,16 (caue macedo) A3 vs K8
99,70 (lucke) A7 vs Q7
86,26 (dill) KJ vs 89
68,65 (pedro hehn) 77 vs A4
69,61 (simoes) KK vs AK
32,32 (carli) TJ vs QQ
61,16 (caue macedo) A3 vs K8
99,70 (lucke) A7 vs Q7
86,26 (dill) KJ vs 89
A chance de Jorge ganhar todas as mãos é um pouco mais do que 6%, mas em apenas uma delas, a mão com Marcel Carli, ele está atrás. Na mão final, coloca suas fichas com 99,70% de chances de ganhar, não dá para dizer que foi só sorte. E nem que a duração da mesa final evidenciou qualquer problema na estrutura do torneio. Em Natal e etapas fora de São Paulo, temos um dia a menos de competição, o que torna o último dia muito extenso e cansativo, por isso mesmo, complicado de se jogar, especialmente para os menos experientes, por isso, nesse ponto, imagino que com jogadores mais rodados, como Konishi, Garrido, Bauer, Cheveau, o nível não cairia tanto, mas claro que tudo fica no campo da especulação.
A verdade é que o 3-handed nos mostrava uma liderança acachapante de Ricardo Souza, com 20 milhões de fichas, e que infelizmente, o jogador carioca acabou, surpreendentemente, caindo em terceiro lugar, deixando o HU para Manoel Assunção, também representante do Rio de Janeiro, e um dos grandes nomes do Brasil na WSOP e para o representante local Alexandro Veber. Depois de alguns instantes de jogo, houve o famigerado acordo, mas que aqui fica um pouco mais compreensível, devido ao caráter IRON MAN do dia final. Cada jogador ficou com polpudos R$285.000 e jogaram por interessantes R$62.000. Quando o seu QJ em ouros acertou um flush runner-runner, Veber pode comemorar a vitória em casa. Para Assunção, ficou o segundo lugar e a certeza de que 2015 é um ano para não se esquecer, pelo menos dentro do Poker.
Não é preciso dizer que esses recordes que o BSOP vem enfileirando, são fatos notáveis e fruto de muito trabalho de qualidade, como eu disse no sábado, desde a sua criação, a série é a grande integradora do Poker Brasileiro, é a melhor coisa que nele aconteceu. Um campeonato forte, disputado, que roda o país e que é valorizado no exterior, pelo seu tamanho e competência dos seus responsáveis, mas todas essas conquistas trazem novas responsabilidades e diretrizes. Ano que vem o BSOP de Natal tem que acabar na terça, com todo mundo festejando o título do campeão na piscina e não nos lençóis.
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